O título traz a questão que mais me motivou a refletir sobre o processo vivenciado nos primeiros dias de encontro do Coletivo N·S·L·O. As oficinas foram extremamente produtivas, muito pelo fato de terem sido estreadas com provocações pontuadas por Heitor, compositor do grupo.
Eu, particularmente, não me lembro de em algum momento de minha trajetória como violonista, ter refletido sobre: Como gosto de me sentir em relação ao público? Sob que circunstâncias sinto que o melhor de mim como artista vem à tona? Que sonoridades ou técnicas violonísticas mais dizem sobre minha personalidade e expressão mais visceral?
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Aeroporto de Fortaleza (para onde eu olhava quando refletia sobre esse texto) |
E a partir dessas colocações me pergunto: Por que a dificuldade em as responder? Talvez por nunca as ter priorizado no percurso dos processos de construção interpretativa das obras até então tocadas. Mas apesar disso me sinto feliz em experienciar essa reflexão nesse exato ponto do caminho. Sinto que a maturidade que foi sendo construída nesse meio tempo dá a esse momento o tom de importância e significado que tem, e me possibilita que a partir disso eu contribua ao máximo com mais de mim mesma no compartilhar de ideias dos processos colaborativos junto aos parceiros do coletivo (a propósito, pessoas pelas quais nutro muita admiração, fator que agrega ainda mais motivação e sentido nessa minha trajetória de busca individual).
Por outro lado, o fato de não conseguir responder a essa questão carrega em si o motivo pelo qual ela não deve ser respondida ─ pelo menos não como eu achava que deveria. Quer dizer: não merecemos que seja sanada de forma superficial e tão rápida. Afinal de contas, o processo de autoconhecimento que cada um vivenciará a partir dela é infinitamente mais relevante do que uma ideia clara e objetiva de como gostaríamos de ser apresentados em nossos melhores estados.
Por hora, apenas posso dizer que gosto de me movimentar no palco; gosto de utilizar, não somente o violão, mas também a voz como forma de expressão; gosto da textura que ouço nas músicas de My Bloody Valentine, da calmaria e das guitarras presentes nas músicas de Real Estate, e na falsa sensação de felicidade contida nas músicas de Elliot Smith (dentre tantas outras referências que gostaria de citar); também que me diverti, me emocionei, e me surpreendi bastante com a sensação de liberdade vivenciada nas improvisações embrionárias de “Tudo é perdido quando o desejo fica repartido” e “Novos sururus e quiprocós de um convescote chumbrega”; e que escutar cada um a respeito do sentido que essa provocação do título tem para si foi especialmente enriquecedor para mim.
Por fim, devolvo ao leitor: como você gostaria de ser apresentado em seu melhor?
Por outro lado, o fato de não conseguir responder a essa questão carrega em si o motivo pelo qual ela não deve ser respondida ─ pelo menos não como eu achava que deveria. Quer dizer: não merecemos que seja sanada de forma superficial e tão rápida. Afinal de contas, o processo de autoconhecimento que cada um vivenciará a partir dela é infinitamente mais relevante do que uma ideia clara e objetiva de como gostaríamos de ser apresentados em nossos melhores estados.
Por hora, apenas posso dizer que gosto de me movimentar no palco; gosto de utilizar, não somente o violão, mas também a voz como forma de expressão; gosto da textura que ouço nas músicas de My Bloody Valentine, da calmaria e das guitarras presentes nas músicas de Real Estate, e na falsa sensação de felicidade contida nas músicas de Elliot Smith (dentre tantas outras referências que gostaria de citar); também que me diverti, me emocionei, e me surpreendi bastante com a sensação de liberdade vivenciada nas improvisações embrionárias de “Tudo é perdido quando o desejo fica repartido” e “Novos sururus e quiprocós de um convescote chumbrega”; e que escutar cada um a respeito do sentido que essa provocação do título tem para si foi especialmente enriquecedor para mim.
Por fim, devolvo ao leitor: como você gostaria de ser apresentado em seu melhor?
Eu me lembro que nas conversas concluímos também que essa identidade, esse melhor de cada um também se constrói na própria interação. Ou seja, como cada um se apresenta neste momento, diante dessas propostas, junto a esses outros músicos etc.
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